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  • Jean Paulo Martins (jeanmartins utfpr edu br)
  • Sala 105, Bloco S (UTFPR - Campus Pato Branco)

Conteúdo

Revisão em vídeo

  • Vídeo Nerdologia sobre lógica, incompletude, Godel, Turing, Russel

Lógica proposicional informal

  • A lógica é o estudo de argumentos. (Nolt, John)

  • Um argumento é uma sequência de enunciados na qual um dos enunciados é a conclusão e os demais são premissas.

    • “Todos os homens são mortais. Sócrates é homem. Portanto, Sócrates é mortal.”
  • As premissas e as conclusões são sempre proposições (enunciados)

  • Identifique as premissas e a conclusão:

    • “Ele é leão, pois nasceu na primeira semana de agosto.”

    • “Ele está respirando, portanto está vivo”

    • “Não irei dormir. O filme ainda não acabou”

Proposições

  • A lógica proposicional recebe esse nome pois lida com proposições (sentenças declarativas).

  • Uma proposição é uma sentença que comunica um julgamento ou uma crença, uma suposição/afirmação

    • O trem está atrasado

    • Há táxis na estação

    • Está chovendo

    • Choveu hoje

    • Hoje é quinta-feira

    • A soma dos números 3 e 5 é igual a 8.

    • Todo número natural par > 2 é a soma de dois números primos
      • (Conjectura de Goldbach, não se sabe se verdadeira ou falsa, mas obviamente é verdadeira ou falsa).
    • Todos os marcianos gostam de salame.

Não-proposições

  • Nem todas as sentenças comunicam julgamentos, ou afirmam algo (não declarativas)

    • Qual o seu nome?

    • Feche a porta!

    • Que a força esteja com você!

Como identificar sentenças declarativas

  • Uma sentença declarativa pode sempre ser rescrita da forma:

    • “É verdade que…”

    • Em outras palavras, uma sentença declarativa é sempre “verdadeira” ou “falsa”

    • Quando não se pode atribuir valor “verdadeiro” ou “falso” a uma sentença ela não é declarativa.

Estruturas lógicas de uma frase

  • No estudo da lógica formal, não estamos interessados no significado das frases, mas apenas em suas estruturas lógicas:

    • “Se o trem tivesse chegado, e não houvesse táxis na estação, então João se atrasaria para seu compromisso.”

    • “Se estivesse chovendo e Joana não estivesse com seu guarda-chuva, então ela se molharia”

    • As estruturas lógica desses dois argumentos são identicas:

      • Se p e não q, então r ()
  • Como reescrever uma sentença declarativa na linguagem da lógica proposicional?

    1. Definir as afirmações atômicas, ou seja, aquelas que não podem ser decompostas

    2. Definir as relações entre elas.

  • Considere que seja verdadeira a afirmação

    • Todo número par > 2 é a soma de dois números primos.

    • Se a é par, então existe b e c primos, tal que b + c = a

    • Primeiro passo, separar em frases atômicas:

      • “a é número par”

      • “existe b e c primos tal que a = b + c”

    • Segundo passo, declarar as relações entre e ()

    “O composto ouro-argônio não é produzido na natureza pois é de difícil reação com qualquer outra coisa e o outro também forma poucos compostos”.

Argumentos complexos

“Todos os números racionais podem ser experessos como . Contudo não pode ser expresso como . Portanto, não é um número racional. Evidentemente, é um número, logo existe ao menos um número não racional.”

  • Um argumento é dito complexo se ele é composto por conclusões intermediárias que posteriormente são utilizadas como premissas.

  • Uma conclusão intermediária também é chamada premissa não-básica.

Exercícios: identifique premissas e conclusões

página 2, 8, 11, (John Nolt, Lógica)

Avaliação de um argumento

  • Embora um argumento possa ter diversos objetivos, o seu principal propósito é demonstrar que uma conclusão é provável ou verdadeira.

  • Assim, há alguns argumentos que são melhores do que outros no cumprimento do mesmo papel.

  • Trataremos de quatro itens para avaliar um argumento:

    1. Se todas as premissas são verdadeiras,

    2. Se, dada a verdade das premissas, a conclusão é ao menos provável,

    3. Se as premissas são relevantes para a conclusão

    4. Se o argumento é indutivo, não havendo evidência substancial suposta.

Verdade das premissas

Se uma das premissas de um argumento for falsa, então não se pode estabelecer a veracidade de sua conclusão.

“Visto que todos os norte-americanos são, atualmente, individualistas, a história registrará, no final do século XX, que os Estados Unidos fracassaram como defensor da democracia”

  • p: “todos os norte-americanos são, atualmente, individualistas”
  • q: “os Estados Unidos fracassaram como defensor da democracia”

  • A premissa é falsa, portanto não se pode concluir .

  • Isso, no entanto, não significa que seja falsa. Significa apenas que o argumento não nos permite conclui-la.

“Billy quebrou a vidraça, eu o vi fazer isso”

  • p: “Eu vi Billy quebrar a vidraça”
  • q: “Billy quebrou a vidraça”.

  • A premissa pode ser falsa, portanto a conclusão deve esperar novas evidências para .

Estes exemplos mostram a necessidade de critérios suplementares para se avaliar argumentos, critérios para avaliar o grau em que as premissas sustentam a conclusão.

Validade e probabilidade indutiva

Os argumentos podem ser classificados em duas categorias:

  • Dedutivo: a conclusão deve ser verdadeira se suas premissas são verdadeiras,

    • “Nenhum mortal pode parar o tempo. Você é mortal. Você não pode parar o tempo”
  • Indutivo: a conclusão é provável dadas as premissas

    • “Frequentemente, quando chove fica nublado. Está chovendo. Está nublado.”

Relevância das premissas

Uma conclusão pode ser provável ainda que as premissas sejam irrelevantes para a conclusão.

  • “Eu detesto a ideia de um criador infinitamente poderoso. Deus não existe”.