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  • Jean Paulo Martins (jeanmartins utfpr edu br)
  • Sala 105, Bloco S (UTFPR - Campus Pato Branco)

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Regras de inferência

O cálculo de predicados usa as mesmas dez regras do cálculo proposicional. Adicionalmente, temos as regras de introdução e de eliminação dos quantificadores. Relembremos um exemplo do cálculo proposicional

Este exemplo pode ser demonstrado utilizando a abordagem de prova de condicionais: assumir o antecedente como hipótese e derivar o consequente. Vejamos como ficaria

Um exemplo similar na lógica de predicados, poderia ser provado utilizando-se das mesmas regras de derivação. Consideremos, por exemplo, a forma de argumento.

Se substituirmos as subfórmulas análogamente ao exemplo anterior, temos a demonstração a seguir:

Neste exemplo da lógica de predicados não precisamos utilizar regras de inferência para os quantificadores, deste modo a demonstração se restringiu à utilização das regras já definidas para a lógica proposicional. Como esse não é sempre o caso, precisamos especificar o funcionamento das regras de derivação para os quantificadores: universal ($\forall$) e existencial ($\exists$).

Quantificador universal

Regra de eliminação

Iremos iniciar pela definição da regra de eliminação do quantificador universal ($\forall$e). Intuitivamente a regra de eliminação do quantificador universal é bem simples e segue a seguinte ideia:

  • Se algo é valido para todos objetos, também é válido para um objeto em específico.

Portanto, uma fórmula geral do tipo $\forall x P(x)$, pode ser substituída durante uma demonstração por um caso específico $P(a)$, onde $a$ é um termo qualquer. Vejamos o seguinte exemplo.

“Todos os homens são mortais”

“Sócrates é homem”

“Sócrates é mortal”

Se definirmos os predicados:

  • $H(x):$ $x$ é homem
  • $M(x):$ $x$ é mortal
  • $s:$ Sócrates

Temos o seguinte argumento formalizado:

O caso genérico indicado pela premissa $\forall x(H(x)\to M(x))$ pode ser especializado em termos de $s$ (Sócrates), levando à fórmula $H(s)\to M(s)$. Ou seja, se o fato de ser homem implica ser mortal, essa regra se aplica a qualquer homem $x$, inclusive Sócrates $s$. Pode-se dizer que $H(s)\to M(s)$ é uma instanciação da regra universal.

Exemplo 1

Prove a validade da seguinte forma de argumento

Exemplo 2

Prove a validade da seguinte forma de argumento

Exemplo 3

Regra de introdução

Em princípio, para introduzirmos uma fórmula do tipo $\forall x F(x)$, teríamos que demonstrar que para qualquer que seja $x$ então o predicado $P(x)$ é verdadeiro. Obviamente, sendo $x$ parte de um domínio possivelmente infinito esse tipo de abordagem não é possível. Como então introduzirmos o quantificador universal?

A ideia também é simples, apesar de um pouco confusa no início. Se eu consigo demonstrar que para um caso específico $a$, $P(a)$ é verdadeiro, então, se nenhuma consideração/restrição foi feita em termos de $a$, essa demonstração poderia ser utilizada para demonstrar que para qualquer $x$, $P(x)$ também é verdadeiro. Consideremos um exemplo:

“Todos os peixes são ciprinídeos”

“Todos ciprinídeos são vistosos”

“Todos os peixes são vistosos”

Que formalizada por meio dos predicados:

  • $P(x)$: $x$ é peixe
  • $C(x)$: $x$ é ciprinídeo
  • $V(x)$: $x$ é vistoso

Apesar de $a$ neste exemplo ser utilizado para referenciar um caso específico de $x$, nenhuma suposição foi feita acerca de $a$, portanto ele poderia ser utilizado para substituir qualquer $x$. Portanto é possível generalizar a conclusão de $a$ para $\forall x$.

  • Para que a aplicação dessa regra seja válida, não pode haver suposições sobre o símbolo $a$, ou seja, ele não pode aparecer nas premissas nem e nenhuma hipótese vigente.
  • Pois nesses casos haveria suposições sobre $a$, consequentemente ele não poderia representar um $x$ arbitrário.

Exemplo 1

Exemplo 2

Exemplo 3

Exemplo 4

Exemplo 5